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Patrono

Viriato

foi o primeiro herói nacional de Portugal, símbolo do nosso indomável espírito de independência, da estoica heroicidade e do sacrifício total pelas liberdades pátrias.

Viriato (180-140 a.C.) ...Nuno Tavares (Wikimedia Commons
Nunca se soube onde nasceu, mas conta a História que foi morto à traição. Os Lusitanos eram um dos grandes grupos tribais celta-ibéricos da Hispânia (Península Ibérica). As terras lusitanas equivaliam aproximadamente às do Portugal de hoje. Em 206 a.C., Roma apropria-se do sul da península e os nativos ibéricos revoltam, espalhando-se os conflitos até à zona central. Os Lusitanos, povo conhecido pela sua coragem ao enfrentar os seus inimigos, começam a lutar contra os romanos, em 194 a.C.; conseguem defender o seu território dos soldados do Império Romano por mais de 100 anos. Em 150 a.C., Viriato escapa ao massacre romano e à escravidão, então reservada aos que se renderam pacificamente, e decide continuar a lutar na resistência. Ascende a líder da tribo, tendo obtido vitória após vitória entre 147 e 142 a.C.; por meio de emboscadas e guerrilhas, desafia muito seriamente a maior potência militar do século II a. C.. Foi um dos inimigos mais bem-sucedido e carismático de Roma, lendário pelas suas táticas de batalha. Foi tão grande o seu prestígio que Roma preferiu entrar em negociações, concedendo-lhe, em 140 a.C., o título de Amicus Populi Romani (Aliado do povo romano). Desgastado e incapaz de igualar os vastos recursos de Roma, acedeu com as negociações de paz, mas foi traído e assassinado por amigos próximos.

O historiador latino do século IV d.C., Eutrópio, refere-se a Viriato como Terror Romanorum (Terror dos Romanos).

Nec multo post Q. Caepio ad idem bellum missus est, quod quidam Viriatus contra Romanos in Lusitania gerebat: quo metu Viriatus a suis interfectus est, cum quatordecim annis Hispanias adversum Romanos movisset. Pastor primo fuit, mox latronum dux, postremo tantos ad bellum populos concitavit, ut assertor contra Romanos Hispaniae putaretur.     Nem muito depois, foi enviado Quinto Cipião para aquela mesma guerra que o famoso Viriato dirigia na Lusitânia contra os Romanos. Por receio disto, Viriato foi assassinado pelos seus oficiais [1], depois de ter movido as Hispânias, durante catorze anos, contra os Romanos. Primeiramente foi pastor, depois chefe de ladrões, finalmente moveu tantos povos para a guerra que foi considerado libertador da Hispânia contra os Romanos.

[1]Audax, Ditalco e Minuro

N'Os Lusíadas (II, 22) Camões denomina-o homem forte "cuja fama ninguém virá que dome". Na Mensagem, Fernando Pessoa considera-o como o segundo castelo, em que assenta a independência da raça lusitana. Já João Aguiar dedica-lhe A Voz dos Deuses, romance histórico em que sobressai um homem que, mesmo sabendo que perderia, jamais baixou os braços na luta contra o invasor bárbaro!